A agilidade das mudanças que ocorrem no mundo corporativo exige profissionais que saibam captá-las, compreendê-las e adequar-se a elas. "A sociedade brasileira passa por um momento de transformação em relação à importância que atribui ao desenvolvimento dos profissionais no local de trabalho. E esta tendência deverá continuar pelos próximos anos", avalia o consultor Alfredo Castro, diretor-sócio da MOT – Treinamento e Desenvolvimento Gerencial.
Ele afirma que são dois os fatores que estimulam este fenômeno: a ampliação de mecanismos e sistemas tecnológicos – que faz com que o profissional precise comunicar-se de forma polivalente, por meio de novas maneiras de compartilhar e transmitir o conhecimento – e o investimento em novos setores, que exige que uma empresa não apenas encontre profissionais diferenciados, mas também, ao contratá-los, tenha capacidade de desenvolver seus talentos, treiná-los e retê-los.
Para que uma empresa alcance o sucesso dentro desse contexto, é fundamental que os líderes que nela trabalham saibam como lidar com essas novas demandas. "É preciso desenvolver características específicas. E isso pode ser feito por meio de treinamento", afirma Castro.
Alfredo elenca dez características que, em sua avaliação, as empresas de ponta desejam ver em seus líderes, a fim de que ele se enquadre nesse novo cenário.
1) Possuir equilíbrio entre conhecimento técnico e comportamental;
2) Conhecer seu próprio perfil e comportamentos, ficando atento ao impacto que eles provocam na equipe;
3) Ter capacidade de pensar globalmente e de compreender as mudanças econômicas e sociais;
4) Compreender o conceito de "diversidade" de maneira ampla, incluindo novos fatores que possam impactar no futuro;
5) Demonstrar uma boa percepção a respeito de seu próprio comportamento e o dos outros;
6) Ser ético e íntegro em relação a seus valores;
7) Ter habilidade no uso de ferramentas tecnológicas e integrado nas atividades das mídias sociais;
8) Ser capaz de construir parcerias e influenciar outras pessoas, mesmo sem ter autoridade sobre elas;
9) Possuir competência para entender as necessidades dos colaboradores e dividir a liderança;
10) Ter habilidade para mudar o estilo de liderança, tendo clareza sobre quando e como variar de um estilo de autoridade para um estilo de orientação.
De acordo com o consultor, um líder se desenvolve em seu local de trabalho por meio da chamada "Regra 10-20-70". Segundo esta regra, 10% do desenvolvimento profissional está ligado ao aprendizado: cursos diversos, e-learning, livros, MBA e outros programas de educação. Os 20% referem-se às ações realizadas e fomentadas pelo próprio líder ao qual aquele profissional se reporta. Já os 70% correspondem à experiência empírica, à prática diária de um profissional. "É preciso aprender com o desafio", afirma Castro.
Para que haja uma mudança de comportamento, que adéque o profissional a esse novo cenário, é preciso refletir sobre como se podem melhorar os resultados obtidos. "São as crenças que levam um profissional a ter um comportamento específico e é esse comportamento que gera os resultados. Se o resultado não é satisfatório, é preciso abandonar comportamentos inadequados, manter os adequados e incluir novos comportamentos para melhorar cada vez mais os resultados", indica Alfredo Castro.